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A comunicação da sua microbiota com o restante dos órgãos

O artigo de revisão explora como a microbiota intestinal se comunica com órgãos distantes do corpo e como essa comunicação afeta a fisiologia e as doenças. A microbiota intestinal é um ecossistema complexo, que contém trilhões de bactérias e outros microrganismos, como archaea, eucariotas e vírus, que juntos formam um biorreator impulsionado por nutrientes da dieta. Os metabólitos derivados da microbiota sinalizam para órgãos distantes, conectando o intestino ao sistema imunológico e hormonal, ao cérebro (eixo intestino-cérebro) e ao metabolismo do hospedeiro.


  • Composição da microbiota intestinal: A microbiota intestinal humana contém cerca de 1.200 espécies bacterianas diferentes, com cada indivíduo abrigando pelo menos 160 espécies distintas. As cinco principais divisões bacterianas encontradas no intestino são Bacteroidetes, Firmicutes, Actinobacteria, Proteobacteria e Verrucomicrobia, com grande diversidade em nível de espécies. A composição da microbiota é influenciada por fatores genéticos e ambientais, como o tipo de parto, a amamentação e o uso de antibióticos.

  • Sinalização da microbiota intestinal: A microbiota intestinal se comunica com órgãos distantes através de moléculas sinalizadoras, que podem ser componentes estruturais das bactérias ou metabólitos produzidos a partir da atividade microbiana. Essas moléculas podem afetar órgãos distantes diretamente ou através de sinais nervosos e hormonais do intestino.

    • Padrões Moleculares Associados a Microrganismos (MAMPs): Componentes bacterianos como lipopolissacarídeo (LPS) e peptidoglicano são reconhecidos por receptores de reconhecimento de padrões (PRRs) em células epiteliais e imunológicas.

    • Metabólitos da microbiota: Os metabólitos mais importantes incluem ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), como butirato, propionato e acetato, que são produzidos pela fermentação microbiana de fibras alimentares. Outros metabólitos incluem ácidos biliares, que são modificados pela microbiota intestinal, e o triptofano, que pode ser metabolizado em compostos que afetam a função imunológica.

  • Comunicação com órgãos específicos:

    • Tecido adiposo: A microbiota intestinal influencia o volume dos adipócitos, a termogênese, o escurecimento do tecido adiposo branco e a inflamação. Os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) gerados pela microbiota atuam no tecido adiposo.

    • Fígado: A microbiota modula o metabolismo dos ácidos biliares, a lipogênese e o gasto de energia no fígado. A ativação do receptor FXR no intestino induz a expressão de FGF15, que suprime a síntese de ácidos biliares no fígado.

    • Pâncreas: A microbiota influencia a secreção de insulina e o risco de diabetes tipo 2. A ligação de SCFAs aos receptores GPR41 ou GPR43 estimula a secreção do hormônio GLP-1.

    • Cérebro: O eixo intestino-cérebro envolve a comunicação bidirecional entre a microbiota e o cérebro. A microbiota afeta a morfologia do cérebro, a permeabilidade da barreira hematoencefálica, a resposta ao estresse e o comportamento. Os SCFAs podem ativar o sistema nervoso parassimpático, levando ao aumento da secreção de grelina e ingestão de alimentos, enquanto outros metabólitos podem afetar a síntese de serotonina no cérebro.

    • Pulmões: A microbiota afeta a expressão gênica nos pulmões, e alterações na composição da microbiota podem contribuir para o desenvolvimento de asma alérgica. Os SCFAs, por exemplo o acetato, podem proteger contra doenças alérgicas das vias aéreas.



      Microbiota saúde
      A microbiota intestinal converte sinais ambientais e moléculas dietéticas em metabólitos sinalizadores para se comunicar com o hospedeiro. No topo da figura estão indicados fatores que podem alterar a composição da microbiota intestinal. A microbiota intestinal converte essas entradas em metabólitos, que podem sinalizar para diferentes órgãos e tecidos do hospedeiro, conforme indicado abaixo. FONTE:Bjoern O Schroeder1 & Fredrik Bäckhed (2016).



  • Doenças associadas à disbiose intestinal: O artigo aborda como alterações na composição da microbiota intestinal estão relacionadas a várias doenças, incluindo obesidade, doenças inflamatórias, distúrbios neurodesenvolvimentais, doenças hepáticas, aterosclerose, asma alérgica e distúrbios do humor. Por exemplo, a microbiota desempenha um papel na patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e da esteato-hepatite não alcoólica (NASH), com a translocação de moléculas bacterianas do intestino para o fígado exacerbando a transição entre essas doenças.

  • Tratamento e modulação da microbiota: O artigo também discute o potencial da modulação da microbiota intestinal para fins terapêuticos, incluindo intervenções dietéticas, transplante de microbiota fecal (TMF) e o uso de probióticos. O TMF demonstrou benefícios em casos de infecção recorrente por Clostridium difficile e melhora da sensibilidade à insulina.


Em resumo, o artigo destaca a importância da microbiota intestinal como um ator crucial na fisiologia humana e no desenvolvimento de várias doenças. A compreensão da complexa interação entre a microbiota e o hospedeiro pode levar a novas estratégias terapêuticas e preventivas para melhorar a saúde humana.



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