Redução da quebra protéica muscular através do treino
- henriquedagger
- 28 de mar. de 2024
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O estudo de Hartman e colaboradores (2006) investigou o efeito do treinamento resistido sobre o metabolismo proteico em homens jovens não treinados. O objetivo era determinar se o treinamento resistido influencia o metabolismo proteico, com a hipótese de que tal treinamento reduziria a taxa de turnover proteico e melhoraria a retenção proteica no corpo inteiro. Oito homens saudáveis (22 ± 1 anos, IMC = 25,3 ± 1,8 kg/m²) participaram de um programa de treinamento resistido progressivo por 12 semanas. Antes e após o treinamento, a ingestão de [15N]-glicina oral foi usada para avaliar o fluxo de nitrogênio, a síntese de proteínas, a quebra de proteínas e o balanço proteico líquido.
Foi observado que o treinamento resultou em aumentos significativos na força, massa magra, balanço proteico líquido e balanço de nitrogênio urinário, indicando uma retenção proteica melhorada. Curiosamente, tanto a síntese quanto a quebra de proteínas diminuíram, sugerindo que os requisitos dietéticos de proteína para atletas iniciantes em treinamento resistido podem ser menores, e não maiores, após o treinamento. Este estudo sugere que o treinamento resistido melhora a eficiência do metabolismo proteico, favorecendo a acúmulo de proteína muscular esquelética, e indica que os requisitos proteicos para atletas treinados em resistência podem na verdade diminuir.

Figura 2. Síntese de proteínas (PS), quebra de proteínas (PB) e resultados líquidos balanço proteico (NPB = PS – PB) antes (PRÉ) e depois (PÓS) treinamento. Asterisco indica diferença significativa em relação ao PRE, p <0,01. Os valores são médias ± SE (n = 8).
Na discussão do estudo de Hartman et al (2006), os autores analisam os resultados obtidos do treinamento resistido sobre o metabolismo proteico em homens jovens não treinados. A discussão aborda vários pontos-chave que ajudam a entender o impacto do treinamento resistido no balanço proteico e suas implicações para a dieta e a nutrição de atletas.
Inicialmente, os autores destacam que, contrariamente à crença popular de que o treinamento resistido aumentaria os requisitos proteicos devido ao aumento da síntese proteica e da quebra proteica, os resultados do estudo demonstram o oposto. Observou-se que o treinamento resistido, na verdade, reduziu o turnover proteico total e melhorou a retenção proteica. Isso sugere que a eficiência na utilização.
Os autores discutem como o treinamento resistido resultou em melhorias significativas na força e na massa magra, sem aumentar a necessidade de ingestão de proteínas além das recomendações dietéticas normais. De fato, os dados indicam que a dieta controlada fornecendo 1,2 g de proteína por kg de peso corporal por dia foi suficiente para suportar as adaptações ao treinamento, levantando questionamentos sobre as recomendações proteicas elevadas frequentemente sugeridas para atletas de resistência.
Um aspecto crucial discutido é a metodologia utilizada para avaliar o metabolismo proteico, destacando a ingestão de [15N]-glicina para medir o fluxo de nitrogênio, síntese e quebra de proteínas, e balanço proteico líquido. Esses métodos forneceram uma visão abrasando.
Os autores também comparam seus resultados com estudos anteriores, notando como estudos longitudinais e transversais prévios ofereceram visões conflitantes sobre o impacto do treinamento resistido no metabolismo proteico. A discussão enfatiza que, enquanto estudos anteriores sugeriram que o treinamento resistido poderia aumentar os requisitos de proteína, os achados atuais indicam que o treinamento resistido pode, na verdade, melhorar a economia do turnover proteico, resultando em requisitos proteicos reduzidos para a manufatura.
Por fim, os autores especulam sobre os mecanismos subjacentes às mudanças observadas no metabolismo proteico, incluindo possíveis adaptações em tecidos não musculares e o papel da melhoria na eficiência da reutilização de aminoácidos. Eles sugerem que futuras pesquisas são necessárias para explorar esses mecanismos e para entender melhor as implicações;
A discussão do artigo de Hartman et al (2006) oferece uma visão significativa e desafia concepções anteriores sobre o metabolismo proteico em relação ao treinamento resistido, enfatizando a complexidade da nutrição esportiva e a necessidade de abordagens dietéticas individualizadas para otimizar o desempenho e a recuperação atlética.


Referência: Hartman, J. W., Moore, D. R., & Phillips, S. M. (2006). O treinamento de resistência reduz o turnover de proteína de corpo inteiro e melhora a retenção líquida de proteína em homens jovens não treinados. Fisiologia Aplicada, Nutrição e Metabolismo, 31(5), 557-564. DOI:10.1139/h06-031
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